17 novembro, 2009

MV Bill quer sociedade e favela unidas pela solidariedade, não pela violência




O RAPPER PARTICIPOU DO III SEMINÁRIO DE ASSUNTOS ESTUDANTIS, REALIZADO PELA FUGD, DE 10 A 12 DE NOVEMBRO, EM DOURADOS.


Morador da cidade de Deus (RJ), favela mundialmente conhecida depois do filme que leva o mesmo nome, Alex Pereira Babosa (rapper MV Bill), teve uma infancia considerada padrão na comunidade, tentando concilidar estudo e trabalho e por fim tendo que escolher, frustradamente, pelo trabalho para ajudar a familia a complementar a renda.


como não conseguiu voltar aos estudos, buscou na literatua um caminho para ser conhecedor das palavras e com isso formou um extenso vocabulário que posteriormente foi usado na composição das letras de hip hop. "os livros abriram a porta para o desconhecido, para o conhecido", contou MV Bill, na mesa-redonda do III seminário de assuntos estudantis da UFGD, realizado de 10 a 12 de novembro na cidade de Dourados.Entres os autores que colaboraram para sua formação histórica e política ele citou Abdias do Nascimento (o negro Revoltado), Malcon X e Darcy Ribeiro.


Suas primeiras músicas mostravam as mazelas do dia-a-dia da cidade de Deus e o desejo dos moradores de viver diferente. O promeiro descaque veio com a música e o videoclipe "Soldado do Morro", e com ele a pressão da imprensa preconseituosa, os esforços para mostrar que o que era retratado era a "realidade do Brasil" e não "apologia ao crime" e a decisão de continuar de que estava fazendo "arte" e não "banditismo".

Nesse caminho prossegue até hoje, tendo quatro albuns lançados: Mandando Fechado (1998), Traficando Informação(1999), Declaração de Guerra (2002) e Falcão- o bagulho é doido(2006). Também é autor dos Livros: Cabeça de Porco (2005) e Falcão meninos do tráfico (2006), duas obras em parceria com Celso Athayde, e Falcão- mulheres e o tráfico ( 2007).

Por meio da CUFA (Central Única das Favelas), Organização Não Governamental (ONG) da qual foi um dos fundadores, MV Bill busca diminuir o abismo histórico-social entre sociendade e favela, e por que não dizer entre universidade e sociedade, desafio que foi o tema do seminário da UFGD. Nas comunidades, a CUFA desenvolve várias oficinas, como Graffiti, hip hop, teatro e audio-visual, coma missão de ecoar as vozes do local.


ENTREVISTA


ACS/UFGD: O que a Educação e a Cultura têm que promovem uma transformação social? O que a pessoa aprende que consegue ser mais independente?

MV Bill: A primeira é que a educação traz conhecimento, informação e se esse jovem e se essas fossem educadas, não teriam pensamento de olhar a univercidade com aversão, com distanciamento. Penso que a educação é tudo na vida das pessoas. Ver vocês (Jornalistas) aqui transformados, educados, é um retrato que gostaria de ver dentro do meu lar também e acredito que com educação e transformação dentro das periferias, com certeza teremos menos jovens envolvidos com criminalidade, menos jovens delinqüindo, e mais jovens correndo para um futuro promissor. Isso não seria um ganho produtivo para a preiferia, mais um ganho coletivo para a sociedade inteira, o Brasil se beneficiaria.


ACS/UFGD: Nas viagens, osenhor vê que os desafios nas periferias do Brasil são os mesmo ou que a realidade de SP e RJ é muito pior?Na reserva indígina de Doirados temos um ponto de hip hop e os jovens indíginas se identificam muito com o rap, cantam em guarani. As periferias têm desafios em comum?


Emmanuel Marinho: Aproveitando a pergunta, nosso Estado está passando por um momento muito triste de tensão e violência por causa da demarcação de terras.

Qual mensagem que vovê deixa para os jovens indíginas daqui?


MV Bill: Conheci um pessoal também indígina em Manaus, eles se intitulam Movimento hip hop da floresta, muito interessante. Eles não so assimillavam a cultura hip hop do jeito que ela é, mas transformavam e agregavam seus valores sociais, sua cultura local e ficava muito interessante. Para falar sobre aqui em Dourados preciso de mais infomação.


Mas da mesma forma que o preot precisa ser incluído e também algumas partes do nordeste, nordestino, penso na questão indígina de mesma forma. Tinha até um programa do Governo federal que pedia que os empresários empregassem mais descendente indígina, africano, nordestino, porque mesmo essas pessoas sendo formadas, tendo formação acadêmica, ainda têm dificuldades de ser inseridas no mercado de trabalho. Muitos povos que abitam a perifeira precisam ser incluídos e com comunidade indígina penso que é igual.


Sobre as diferenças entre as comunidades de Brasil,penso que algumas vão ter que lutar com armas peculiares, mas eu penso também que há uniformindade em alguns aspectos.

Uma das primeiras coisas que penso que acontece de forma uniforme é o distanciamento entre quem vive na sociedade e na periferia, ainda que seja apenas uma rua, um muro, um circuito de segurança, mais ainda é muito distante, a não ser que aquela violência que assola aquele local chegue à parte mais rica, ai acaba sendo unido pela violência e eu acho que deve ser uma união pela solidariedade, não precisa de um momento violento para que haj uma mobilização.


Não sei como está a questão em Dourados, mas em muitos lugares que tenho passado tenho visto a problemática do crack. Ocrack vem avançando de uma forma avassaladora e muitas pessoas ainda não tem informação sobre o que é, sobre os efeitos, o que acontece. Por ser uma droga que é de fumar, como macanha, cigarro, as pessoas acham que deve ser menos danosa, mas é um caminho quase que sem volta. Acho que o crack está muito comum, tenho visto em muitos lugares e também tenho visto sua destruição.



essa entrevista foi publicada no site da UFGD no endereço: http://www.ufgd.edu.br/




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